segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Nas Portas do sol (Escrevendo e desenhando por Lisboa)

Nas Portas do sol
(Escrevendo e desenhando por Lisboa)



Vê, amor, 
vê como o sol 
ilumina a nossa cidade, 
aqui, 
entrando pleno e radioso 
as Portas do Sol, 
as portas da cidade 
abertas de par em par 
sobre Alfama, 
o Tejo e toda a distância 
que tu não vês. 

Vê, amor, 
como o sol quase incendeia 
a nossa Lisboa. 
Abraça-me agora 
e estende o teu olhar 
até ao rio, 
e, sobre os telhados 
curvados pelo tempo 
leva-me 
num voo de gaivota, 
sereno, lento, 
arrastado pelo vento 
que, aqui, quase sempre 
sopra do lado do coração. 

Deixa que o eléctrico 
que nos trouxe, 
rumo ao alto da cidade 
parta sem nós. 

Abraça-me, amor, 
vamos ficando 
até que se vá o sol 
e, quedando-se o dia e a luz, 
os nossos olhos não vejam 
para além deste amor 
que há entre nós. 

Vê, amor, 
vê como o sol 
ilumina a nossa cidade, 
aqui.



AntónioFMartins




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