quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Abraço. Como se o poema fora teu (Poemas acerca de tudo)


Abraço. Como se o poema fora teu
Ao meu queridíssimo filho Ivo que assim se fotografou
(Poemas acerca de tudo)



Por entre simétricas sombras
de metal, plenas de nada e de tudo,
é tudo e sou tudo aqui, neste lugar.

E então eu, atrás de mim próprio
ou, quem sabe, atrás de mim à minha frente,
como que me escondo visível,
na escuridão brilhante da minha face
fechada em mim, sobre mim mesmo
e, semicerrando os olhos
envolvo-me num abraço apertado
como quem, entre braços,
nos meus braços marcados pelos sinais
— marcas das paixões que só eu sei —
das grades, da luz e das sombras
se confunde e se liberta em mim


AntónioFMartins


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