sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

O cuco (Poemas acerca de tudo)

 O cuco
(Poemas acerca de tudo)



Como um cuco
dou por mim
sentado nos ponteiros
do relógio
caindo do doze para o um
e do um para o dois
e para o três e o quatro
e o cinco e o seis
seguindo, seguindo
de volta completa
em volta completa
no círculo fechado
do meu próprio relógio.


E então, de novo no doze,
agora no doze completo,
no doze que é sempre o final
das horas todas do ano,
das horas derradeiras
do dia derradeiro,
como cuco, cumpro o meu papel
e vou-e-venho e venho-e-vou,
saindo e entrando
de um ano para o outro
sem dizer cu-cu, cu-cu,
mas desta vez gritando:
Novo ano, novo ano!


AntónioFMartins

01Janeiro2016

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