A Praça da Figueira
(Escrevendo e
desenhando por Lisboa)
Que observa há
tanto tempo,
el-rei D. João
I,
do alto do
bronze do seu cavalo,
sem que no rosto
se lhe encontrem
mudados,
nem olhares de
espanto
nem sinais de
enfado?
Será a
castelhana gente
que em
permanente invasão
por ali se vê,
contra ele
disparando
fotografias
como certeiras
setas
de vilãos
besteiros,
e alimentando
com restos
requentados de
tortilha
e pata negra os
pombos,
que, aos
milhares,
lhe vão sujando
o traje
e a montada?
Aqui foi já o
Hospital
de
Todos-os-Santos
a quem nem um
único dos ditos
salvou das
demoníacas garras
da destruição de
1755.
Lá em cima, do
alto da colina,
altaneiro, o
Castelo de S. Jorge
observa
atentamente
o movimento da
praça e da cidade.
Já não há agora
quem o tome de assalto
nem Martim Moniz
quererá tornar à porta.
E a figueira,
que é feito da
figueira?
AntónioFMartins
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