Marés de
mim
(Poemas
do mar)
Eu trago
comigo as marés todas
chegadas
do fim do mundo,
aqui
espraiadas, vaga a vaga,
na secura
triste dos meus olhos.
As
continentais marés vindas do longe,
das
Áfricas, das Índias, dos Brasis,
das
longínquas brisas oceânicas
sopradas
em cada vela que, brancas,
de todos
os mares e ventos
aqui me
chegam, carregando nelas
mares e
continentes, o mundo todo,
o mundo
achado e mais que o achado,
o mundo
todo por achar.
Aqui, na
areia das praias
e dos
destinos que desvendo,
ou num promontório,
de pé,
com o mar
todo à minha frente
eu sou
Portugal todo a navegar,
de velas
cheias dos ventos da memória.
Eu trago
comigo as marés todas
chegadas
do fim do mundo.
António
F. Martins
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