Mar de
Portugal
(Poemas
do mar)
Não sei
hei-de gostar de ti,
se hei-de
temer-te, mar,
quando te
sinto todo em fúria
a vires
às minhas costas
e eu carregando
sozinho o peso imenso
de trazer-te
sempre comigo.
Há quase
mil anos, mar!
E as
tempestades, as bonanças,
as
tragédias, as conquistas,
o longe,
para além do longe
e as minhas
gentes, uma pátria inteira
curtida
no sol todo do teu sal.
E, de ti,
nas redes, quase sempre só a fome,
quase
sempre só as velas, os mastros,
caravelas
e uma vaga perpétua que nos cobre
e de nós
sai por entre os ventos, a ti voltando.
A ti
voltando sempre, mar.
De
Portugal.
António
F. Martins
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