Deixa-me
no tempo
Deixa-me
partir agora, meu amor
e não me
sigas, sequer com o olhar.
É o meu
tempo o que procuro,
o meu
tempo no longe da distância,
o tempo
talvez perdido no próprio tempo da viagem.
É que eu
não sei bem, meu amor, para onde vou,
aqui entre
a terra, o céu e o mar,
nem sei
sequer se de ti partindo
saberei
chegar sozinho a algum lugar.
Deixa-me
partir agora, meu amor.
António
F. Martins
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