Contra
esse perigosíssimo químico que é o glifosato, aqui vos deixo, talvez, digamos,
de forma “ligeiramente” patética... (mas não apatetada) o meu contributo de
vigoroso protesto. Claro que, a brincar a brincar é mesmo para levar a sério...
ó sombrio
e tenebroso assassino
dos pequenos
habitantes das ervas,
os
inofensivos infestantes, as malinas
e os
campestres parasitas.
Ó
tentador néctar mortal, definitivo,
que me
embebedas — cego e insensível,
o trigo e
o joio, o cardo, a cavalinha,
a
Polygonaceae japonesa, a urtiga,
o
panasco, o senécio, a ançarinha.
Ó
miserável glifosato,
ó sombrio
assassino de Monsanto
(Onde
agora, dizem, já não se plantam meninas,
nem por
ali se vê já crescer o pepino e o marmelo)
Ó tu que me
atormentas a horta e o montado,
o regadio
e o sequeiro, em todo o lado.
Vou
deixar-te de vez, glifosato
e, de
novo, dobrado ou de joelhos,
vou
cuidar com as próprias mãos
que
nasçam sãos os grelos e tomates por aqui.
António F. Martins
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