segunda-feira, 16 de maio de 2016

Garganta, Jesus, garganta


Nem sempre um Homem consegue dar a outra face... Por não o fazer, Jesus, filho de Deus, perdoa-me lá desta vez...




Garganta, Jesus, garganta



Ensina-me ó Jesus
a saber comer as pipocas
que do pacote tão cheio
me caiem às 35 no colinho
e me sujam os bancos
de linda pele de leão
deste poderoso Ferrari
que tanto agora te atormenta.

Ah, Jesus, como em vão trocaste
tantos cavalos de potência:
seis milhões, Jesus, seis milhões
por uma mão cheia de tão pouco,
pouco mais que um Calvário
que o outro Jesus, o verdadeiro,
não mereceu mas tu mereces.

Cuida, Jesus, que os espinhos
não te cheguem à garganta,
cuida, Jesus, cuida bem dela.
É o melhor que ainda tens.


António F Martins




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