Da margem sul. Lisboa e o Tejo
(Escrevendo e desenhando por Lisboa)
Vindo de
Cacilhas,
subo ao miradouro
de Almada
e olho o
deslumbramento
"com olhos de ver"
como diria
Almada,
o Mestre
Almada
Negreiros.
Um velho
cacilheiro
rasgando em
espuma
o rio Tejo,
trouxe-me,
envolto
nas neblinas da
manhã
e no constante
pimpilar
de um bando de
gaivotas,
de Lisboa à
outra margem.
A margem do sul.
A margem
onde começa
o resto de
Portugal
que o Tejo aqui
aparta.
A margem que ao
sul
dos nossos mares
já não nos leva
a navegar por
outros mares,
margens
distantes
dos distantes
fumos
dos impérios.
Daqui,
saímos agora
para um mar
de que não
voltamos mais.
E já não subimos
os tejos
nem as latinas
velas brancas
dos contrários
ventos
voltam a bolinar
chegadas.
Lisboa desce
sempre
para o Tejo
e, parte dela,
vai sempre com o
Tejo
para o mar.
AntonioFMartins
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