Panóptico
(Poemas acerca de tudo)
De todos os lados
me vês,
de todos os lados
me persegues
e me encontras
com o teu olhar
diante do meu olhar
escondido e fugidio
de dentro de um destino
perpetuamente circular.
Trezentos
e sessenta graus,
um a um
e vês-me aqui,
todos os dias aqui
e nem sei
se no centro
de ti ou de mim
se em qualquer ponta
sem ponta
em que me não vejas
nem eu te veja a ti.
Sem ponta.
Cercas-me assim a vida
num raio,
entre o centro e o perímetro
de nós dois
e eu não sei
como sair deste lugar
Não sei como fugir
desta prisão,
mais que prisão
quase loucura
do olhar do teu olhar
que de todos os lados
me vê e me persegue.
AntónioFMartins
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