sábado, 27 de junho de 2015

Da rua Augusta vejo o Arco e o Tejo (Escrevendo e desenhando por Lisboa)


Da rua Augusta vejo o Arco e o Tejo
(Escrevendo e desenhando por Lisboa)


Sem medo
do trânsito automóvel
há muito afastado
desta rua,
por aqui, anda-se
e respira-se melhor.

Gosto de olhar
cá bem do cimo
para o fim da rua
e, com a perspectiva
afunilada,
lá no fundo,
quase parecendo
a nascer já do Tejo
ver o Arco.

O triunfal Arco.

Agora
descerei a rua
e olharei as montras
uma a uma.
Sentirei por certo
os odores do Oriente
já tão entranhados
na cidade
e a cidade toda aqui,
exposta, brilhante
e, ao mesmo tempo
decadente,
atrás de cada vidro.

Lá no fundo,
o Tejo,
sempre com pressa
de correr para o mar,
chama-me.


AntónioFMartins


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