Aprendendo a
gostar de ti
(Escrevendo e
desenhando pelo Porto)
Por aqui ando
e aqui recordo,
parado na sua
praça,
El Rei D. João
I,
o da Boa Memória
,
filho ilegítimo
do Cru
Justiceiro
D. Pedro I
e, aqui,
acabo também eu
por me sentir
como se fora
bastardo,
filho ilegítimo
deste Porto,
É que eu
não sou daqui.
Este Porto
que já me foi
tão distante,
sombrio
e indiferente.
Uma cidade
que eu sempre
via
perdida
em densos
nevoeiros
escorrendo,
frios e medonhos
pelos granitos
rudes
das fachadas
até ao negro
Douro,
lá em baixo,
no fundo da
cidade.
Nunca aqui
vislumbrara
nada.
Nem raízes,
nem afago,
nem afecto
nem Pai
nem Mãe.
Nada.
Nada aqui
me prendia.
Agora, eu digo
e quero que tu
saibas
o súbito amor
que a
proximidade,
o conhecer-te,
o poder namorar
contigo,
fez acontecer em
mim.
Agora,
eu gosto de
dizer
que é também
minha
esta cidade.
Esta cidade
que, amiúde,
apaixonadamente
percorro
e em que
quase sempre
me sinto em
casa.
perfilhar-me-ás
um dia, Porto ?
AntónioFMartins
Sem comentários:
Enviar um comentário