quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Não sei o meu destino (Escrevendo e desenhando pelo Porto)


Não sei o meu destino
(Escrevendo e desenhando pelo Porto)


Devagar,
o eléctrico serpenteia
por entre
o cinzento pedra
da manhã,
sobe, desce, pára,
anda e eu vou nele,
de novo sem saber
exactamente
para onde vou.

Conheço mal
esta cidade.
Tão mal.
Vou há muito em pé,
talvez há mais
de mil paragens
e não sei se sei
qual é o meu destino.

Vou sair
e continuar
o meu caminho a pé.
Encontrarei
certamente
um cimbalino
à minha espera
numa qualquer
esplanada soalheira
e, aí, esperarei
outro eléctrico
que me leve.

De novo sem destino. 


AntónioFMartins


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