Do Tejo a ver Lisboa
(Escrevendo e
desenhando por Lisboa)
Navego
Tejo acima
envolto em
espuma
e fustigado
pela fria
nortada.
A vaga de
vazante
vem-me,
impetuosa,
toda pela proa
e eu vou de pé,
olhando
num sobe e desce
permanente,
ao longe
o casario de
Lisboa.
Lá em cima,
em Santa
Engrácia,
o Panteão
Nacional
parece
querer tocar o
céu,
erguendo-se
firme
do casario que,
colina acima
nasce
das profundezas
do Tejo.
Uma gaivota
em descuidado
voo rasante
quase me
toca
a alma,
uma e outra vez
e outra ainda
e, então eu
penso
que talvez
queira
levar-me deste
Tejo,
mar revolto,
e abrigar-me,
quem sabe,
em terra,
debaixo
das suas asas.
Não haverá por
aqui
uma doca
que me acolha
barco e alma?
Não haverá por
aqui
quem serene
este meu Tejo
em tanta fúria?
Lisboa,
estende-me
a tua mão.
Eu não tenho
âncora.
AntónioFMartins
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