domingo, 30 de agosto de 2015

Nas Portas do sol (Escrevendo e desenhando por Lisboa)

Nas Portas do sol
(Escrevendo e desenhando por Lisboa)


Vê, amor,
vê como o sol
ilumina a nossa cidade,
aqui,
entrando pleno e radioso
as Portas do Sol,
as portas da cidade
abertas de par em par
sobre Alfama,
o Tejo e toda a distância
que tu não vês.

Vê, amor,
como o sol quase incendeia
a nossa Lisboa.
Abraça-me agora
e estende o teu olhar
até ao rio,
e, sobre os telhados
curvados pelo tempo
leva-me
num voo de gaivota,
sereno, lento,
arrastado pelo vento
que, aqui, quase sempre
sopra do lado do coração.

Deixa que o eléctrico
que nos trouxe,
rumo ao alto da cidade
parta sem nós.

Abraça-me, amor,
vamos ficando
até que se vá o sol
e, quedando-se o dia e a luz,
os nossos olhos não vejam
para além deste amor
que há entre nós.

Vê, amor,
vê como o sol
ilumina a nossa cidade,
aqui.


AntónioFMartins

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