Nas Portas do sol
(Escrevendo e
desenhando por Lisboa)
Vê, amor,
vê como o sol
ilumina a nossa
cidade,
aqui,
entrando pleno e
radioso
as Portas do
Sol,
as portas da
cidade
abertas de par
em par
sobre Alfama,
o Tejo e toda a
distância
que tu não vês.
Vê, amor,
como o sol quase
incendeia
a nossa Lisboa.
Abraça-me agora
e estende o teu
olhar
até ao rio,
e, sobre os
telhados
curvados pelo
tempo
leva-me
num voo de
gaivota,
sereno, lento,
arrastado pelo
vento
que, aqui, quase
sempre
sopra do lado do
coração.
Deixa que o
eléctrico
que nos trouxe,
rumo ao alto da
cidade
parta sem nós.
Abraça-me, amor,
vamos ficando
até que se vá o
sol
e, quedando-se o
dia e a luz,
os nossos olhos
não vejam
para além deste
amor
que há entre nós.
Vê, amor,
vê como o sol
ilumina a nossa
cidade,
aqui.
AntónioFMartins
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