domingo, 23 de agosto de 2015

Do Rossio vejo o Carmo (Escrevendo e desenhando por Lisboa)

Do Rossio vejo o Carmo
(Escrevendo e desenhando por Lisboa)


Do Rossio
cá em baixo
olho onde se fez Abril.
O Carmo lá está
sobre a praça
de todas as praças,
talvez olhando
entre o voar perdido
das gaivotas
e o alucinado movimento
das gentes,
empinado na pedra vertical,
um D. Pedro IV
também ele libertador.

E aqui
eu lembro de novo
o Alegre e o Cília
e canto em surdina
“Quando desembarcarmos
no Rossio canção,
vão dizer
que a rua não é um rio,
vão apresar o teu navio,
carregado de vento
carregado de pão”.

Lá em cima,
por entre os telhados
de Lisboa
é o Carmo,
é Abril e a liberdade.

Vamos, meu amor
até ao meio da praça.


AntónioFMartins

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